quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quer a gente perceba, quer não, acho que chega uma hora que começamos a ficar mesmo repetitivos. Em diversas situações, relações amorosas, no que se faz ou no que se diz, há sempre o risco de ficar orbitando em torno daquilo que cultuamos como valores, temores, certezas ou esperanças. Por mais que não se queira cair na esteira da repetição e por mais que se tente inovar a cada segundo, parece não haver jeito, uma coisa ou outra começa a se tornar recorrente demais em nós. Não que isso seja necessariamente ruim, se não for algo obsessivo. A Elisa Lucinda tem até um monologo legal falando sobre as possibilidades de tentar olhar a temida rotina sob uma nova perspectiva, que é uma ideia defendida por muitos. Lógico, é preciso aceitar também que nem todo mundo quer isso. Ao passo que alguns para minimizar o cansaço de ficarem ligados numa busca sem fim por alguma coisa nova, reduzem o tamanho do seu próprio universo e passam a se repetir sem culpa, outros sentem necessidade de viverem periodicamente em função dessa procura. Acredita-se que pessoas assim costumam se entediar com facilidade com suas conquistas e aquisições, se tornando com a mesma facilidade, angustiadas e insatisfeitas.
Difícil dizer se essa busca constante supre ou não cada indivíduo. Pode ser que seja apenas um jeito encontrado para se conseguir viver com o fato de que no fundo, nada é totalmente novo e ainda que seja, é possível que não mude muita coisa naquilo que precisamos para nos sentir supridos. Mesmo para os que conseguem virar centenários ainda ativos, sabemos que uma boa parte do conteúdo desse tempo de vida foi gasto somente com repetições, mesmo quando o rótulo sugeria aqui ou ali alguma novidade.

2 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...

eu me sinto assim extremamente repetitiva, nem tem mais graça!

GIL ROSZA disse...

hahahaha. eu ja deletei dois blogs por causa disso. mas hj acho q eu nao deletaria nao, acho q to começando a aprender lidar com isso sem culpa. =)