_ E daí? Depois de conquistarem alguns objetivos desejados, é comum alguns perguntarem isso, quer a si mesmos, quer a outros, quer verbalmente, quer em pensamento, quer ao divino, quer ao humano, quer tenham coragem ou quer não. A diferença desse tipo reflexão para outras formas mais frequentes é que o “e daí?” surge apenas quando tudo parece funcionar bem e se tem em caixa, respostas para solucionar satisfatoriamente quase todos os problemas comuns da normalidade cotidiana.
O “e daí?” assombra não o carente, o que está em dúvida, o que se sente privado, mas o provido, o que está ciente, o esclarecido, o suprido! Não se pergunta “e daí?” depois de nadar, nadar e morrer na praia e sim quando se alcança o topo, o Olímpo, depois da coroa de louros, da honrosa comenda, do título ganho após entregar o sangue em sacrifício sob ruidosos aplausos.
Será então o “e daí?” uma espécie de sentir-se mal quando tudo está bem? Será uma crise por ter passado com poucas dificuldades por todas as crises? O desconforto da certeza da segurança? E se não for isso? Mas se for... e daí?