quarta-feira, 26 de maio de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma vez falei pra ele que esse negócio de ficar toda hora perguntando era foda! Na época ele riu e mudou de assunto, mas foi exatamente o que aconteceu naquela noite, quando ele meteu uma pausa numa preliminar, sentou na cama e danou a querer saber dela se o sexo entre eles ainda tava legal, se o tamanho do pau dele era beleza, se ela já tinha fingido orgasmo alguma vez, se já teve atração por uma outra mulher e tal. Daí pra frente, a lista só aumentou em tamanho e inutilidade até que ela, não aguentando mais o enjoamento dele, sentou na cama também e começou a responder.
No começo, ele pensou que seria fácil ouvi-la, que poderia encarar isso na boa, mas não foi. A cada item que ela respondia com precisão e crueldade, ele sentia algo fora do prumo naquilo que pensava conhecer dela. Ela falou de coisas que jamais tinham vindo à tona em sete anos juntos. Irritações suprimidas durante as muitas intromissões e inconveniências tanto da mãe quanto das filhas dele,  alguns hábitos que ele mantinha desde solteiro que ela não gostava, mas tolerava em nome da paz do casal, deslizes sem gravidade, mas estrategicamente não comentados para evitar confrontos desnecessários, como os vídeos pornôs camuflados numa pasta no pen drive achado por ela no bolso da camisa do uniforme dele. Por fim, antes dela terminar de responder a todos itens da lista, ele disse_ chega! É melhor parar. Ela então deitou novamente, mas dessa vez, sem vontade alguma de transar e antes de começar a pegar no sono, lembrou_ tem mais uma coisa; o meu nome é Cloe e não Cleo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Foi de repente que o meu macro universo de silício sumiu num big crush matinal. Nesse dia, havia um trabalho para terminar, mas não teve jeito, a não ser abrir uma pausa de três dias até que ficasse pronto. Depois do conserto, veio a hora de reinstalar o que havia sido limado na formatação e depois recolocar nos devidos lugares, os clones salvos previamente num pen-drive.
Muito do que por relaxamento ou falta de urgência, não foi feito backup, eram fósseis do que se conectava com meus desejos já extintos, antigos erros/acertos, enfim, um atalho para meu passado medíocre, que estava ali apenas ocupando espaço útil no HD como motivo “sem motivo” para culto dum saudosismo inútil. Em épocas passadas, estaria lamentando tais perdas repentinas, mas dessa vez, confesso que não senti dor alguma. Agora, toda vez que entro no Windows7 e vejo um ambiente familiar, ao mesmo tempo, completamente diferente do que estava então acostumado, coloco a situação como alguém que após uma breve morte cerebral, ressuscita no terceiro dia com o mesmo corpo, mas com sequelas que apenas nesse caso são contraditoriamente benignas.