Toda essa carga autodestrutiva, essa autossabotagem, revelam coisas submersas logo abaixo da superfície da alma. No caso dela, uma visível baixa resistência à frustração fazia com que ela não conseguisse absorver, que por mais que se queira acertar, uma hora as coisas dão errado, se perdem da nossa vontade por vários motivos, não se concretizam na forma que a nossa expectativa ansiosa projeta. Mas ela não sacava isso, que é o erro quem melhor ensina. Então, ela segue agora em direção ao sétimo inferno, onde já vagam Dante e Virgílio. Quando cada coisa que espera-se que aconteça na perfeição deixa de acontecer, ela pira, se esconde e apanha a gilete! O pior é que ela também não sabe que quando a piração da baixa resistência às frustrações vira uma constante, o risco de entrar na Terra das Nove Luas (insanidade mental) e nunca mais conseguir sair de lá, também é uma forte possibilidade.
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Eu quis querer o que o vento não leva, pra que o vento só levasse o que eu não quero. Eu quis amar o que o tempo não muda, pra que quem eu amo não mudasse nunca. Eu quis prever o futuro, consertar o passado, calculando os riscos bem devagar, ponderado, perfeitamente equilibrado. Até que num dia qualquer, eu vi que alguma coisa mudara, trocaram os nomes das ruas e as pessoas tinham outras caras. No céu havia nove luas e nunca mais encontrei minha casa. [ Thedy Correia - Herbert Vianna ]