Acabei de ler um artigo na Bravo falando sobre uma provável crise de alguns racionalistas de carteirinha. O texto cita o maior representante do chamado movimento Dogma 95, Lars Von Trier e seu último trabalho, o belíssimo apocalíptico Melancolia. Pessoalmente eu não acho que o racionalismo esteja em crise, talvez o que temos vivido hoje seja uma reorganização de um estado que sempre esteve presente desde o começo da civilização, onde crédulos em pânico buscam avidamente seguir alguma coisa que aplaque esse nosso pavor universal da aniquilação repentina ou que garanta refrigério pessoal ou familiar numa pós-existência material.
Depois que a rede deu a todos espaço e coragem para defenderem suas convicções e atrair prosélitos, a voz racionalista deixou de ser a única a ecoar pelos megafones (leia-se; editoras, jornais, radios, TVs e outras mídias) no vasto e medonho deserto daquilo que jamais teremos controle; o acaso.
Ao contrário do que foi no século XX, a “impopularidade” dos racionalistas atualmente, talvez se deva ao fato de que ninguém gosta muito de ser lembrado que a humanidade é extremamente vulnerável e não há promessa, ritual, oração, oferenda, reza forte ou pensamento positivo que possa salvá-la hora H.
Hoje tive saudades
Há 8 meses