quinta-feira, 12 de novembro de 2009
_ Vem cá! Que houve? Cê ficou puto com o que agora?
_ Eu não tô puto, só cansado desse papo! Eu preciso ir pra casa agora.
_ Tá bom, eu paro! Fica aqui...
_ Sempre que eu penso que a gente tá bem, que tá dando certo, vem você inventando um problema.
_ Desculpa vai... já disse que parei.
_ É que eu acho besteira ficar nessa! Por que a gente não pode fazer como todo mundo, relaxar e deixar rolar? Namorar sem essa de ficar “por que isso”, “por que aquilo”. Por que tem que ficar procurando nome pra tudo, definição pra tudo, pô? A gente tá junto, ta legal, você parece que gosta, sinto sua falta, te ligo todo dia, e mesmo não concordando, topei sem reclamar a tua condição de morar em casa separada. Tá faltando o que agora?
_ É essa história de falar “eu te amo”.
_ Cacete! Já vai começar? Qualé? Que tá pegando?
_ O lance é comigo, nada com você. Fico achando que ficou meio comum demais sair falando “eu te amo” pra toda pessoa legal que a gente encontra na internet e pela net quase todo mundo é maravilhoso. Sem querer a gente vê um gatinho no Facebook duma amiga, acha ele interessante, adiciona e depois começa de papo pelo MSN e logo passa pro Skype, quando vê, já tá achando que ama o cara!
_ Já vem você outra vez!
_ Calma, me escuta! É importante! Essa facilidade que a net dá de sair falando “eu te amo” só porque um cara parece legal, porque é gostoso passar umas horas teclando com ele, tem me feito pensar numa porrada de coisas. Todo mundo anda assim agora, toda semana adiciona um alguém que na hora parece legal e depois bloqueia quando descobre que não era tão legal. Toda hora aparece um cara manero, você adiciona, fica ansiosa pra chegar a hora dele ficar on line e assim vai!
_ Devo pensar o que te ouvindo agora? Que tua escolha por mim tá ficando afetada por causa de uns caras na sua lista de contatos?
_ Não tá! Mas fico me perguntando, será que a gente não ta junto por falta de opção? Quem garante que você não vai encontrar hoje ainda no seu Orkut uma garota que você acha que tem mais a ver contigo do que eu? E se eu encontrar um outro cara no MSN e começar a achar que tô gostando menos de você?
_ Às vezes conversando com as meninas, a gente fica falando sobre os caras que teclamos pelo no MSN, elas sempre falam de alguém assim ou assado. Caras que elas conversam com certa regularidade na internet...
_E vc também faz isso...
_ Você quer que eu minta? Então fico vendo a Karina e o Dé, indo pro segundo ano de casamento, tão apaixonados, exalando cumplicidade como a gente vê quando saímos juntos com eles, lembra? A Karina tecla com um indiano que mora em Boston e fala dele com uma coisa que sei lá! Vejo a Teresa Poll, que se declara louca pelo Gustavo que é capaz de matar por causa dela. Ela também flerta no MSN quando tá no trabalho ou em casa, por celular. Dizem que fazem isso por diversão! Só a Lucila que eu acho que tá indo as vias de fato com um cara, mas ainda assim, fala que não vive sem o Murilo.
_ O lance pro cê também é diversão?
_ Claro que é, mas ultimamente tem me feito pensar se quando a gente diz “eu te amo” pra alguém, isso não acaba virando com o tempo, um tipo de saudação, um cumprimento, uma coisa dita só pra prender a pessoa que tá contigo enquanto se experimenta tantos outros. Se não gostar fica-se com o que já tá, mas se gostar do outro, simplesmente se troca! Falar “eu te amo” antes de deitar pra um e na manhã seguinte, fala a mesma coisa pro outro na internet.
_ Cê anda falando muito “eu te amo” pra alguém na net?
_ É esquisito, mas não tive vontade ainda, acho que se falasse não seria no mesmo peso que tem quando eu falo pra você! Mas tenho ouvido muito e quando ouço penso no quanto isso parece bobo sendo dito assim por tão pouco, por alguém que nem teve como presenciar no dia-a-dia os meus piores defeitos! O engraçado é que também acho que viver fora do virtual, na real, com alguém todo dia, estar transando e gostando dessa intimidade, pensar nela varias vezes durante o dia, também não garante nada. Estar numa relação considerada por ambos como perfeitinha não impede ninguém de querer experimentar uma outra!
_ Não?
_ Pois é! De uns tempos pra cá tenho achado que não é tão simples assim! Acho que pra ser alguma coisa de verdade, é preciso que cada um perca alguma coisa que gosta muito. Acho que essa coisa que se precisa voluntariamente jogar fora é a facilidade que temos de ultrapassar a barreira da nossa própria fantasia, e fingir esquecer que estamos sob um compromisso de amor, e ficar ou transar escondido com um outro, por tesão ou a curiosidade, mesmo com uma certa culpa depois. Tenho achado que pra gente falar de boca cheia que ama alguém de verdade, é preciso jogar fora essa “liberdade”. Jogar fora sem deixar o companheiro saber que jogou. Fazer isso não por causa dele, mas por você próprio! Não to falando de dar a alguém prova de fidelidade, isso é babaquice, não acredito nisso, as pessoas simplesmente mentem quando querem muito uma coisa que não deveriam querer, subvertem esses acordos de boca, de cartório ou de igreja. Então se decidir jogar essas “oportunidades” fora, é legal que o outro nunca saiba, senão estraga tudo. Vejo isso, uma decisão absurda e solitária um desafio sem muito sentido contra si próprio, só para mostrar a você mesmo que é capaz de fazer algo que está além dum acordo comum de fidelidade.
_ Cê é foda criatura! Cruz credo, completamente pirada!
_ Não precisa me dar a sua opinião sobre isso. Não quero!
_ Não me contou tudo isso pra depois me perguntar com quem eu flerto no MSN ou no Skype? Pra me testar e jogar um verde pra me fazer confessar se transo escondido com outras só pra experimentar, pra variar, fugir da rotina ou só porque eu sou homem? Por farra?
_ Não.
_ E por que não?
_ Porque não quero que você se sinta forçado por esse papo a ter obrigação de me falar a verdade ou simplesmente mentir, só pra não me machucar.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Capitu – Ná Ozzetti
Choveu – Beto Guedes
Duvida Cruel – Chico Cesar
Fitter, Happier – Radiohead
Frozen – Madonna
Tropicália (2) – Caetano e Gil
Inverno – Adriana Calcanhoto
Guitarra - Madredeus
New Soul – Yael Naim
Acabou Chorare - Novos Baianos
O céu – Marisa Monte
Olho de Peixe – Lenine
Pêndulo – Egberto Gismonti
Suburbia - Pet Shop Boys
Pigs on The Wind – Pink Floyd
Reprocissão - Chico Cesar
Ultimo Por-do-Sol – Lenine
Vanish Point (trilha do filme) J.B. Pickers
Voo de Coração – Ritchie
Zazulejo – O Teatro Mágico
terça-feira, 10 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais, Não quero, não posso e não devo mais acreditar. Simplesmente não acredito mais. Não quero, não posso e não devo mais acreditar.
UNDERCODE
Ao decodificar um velho manuscrito
O monge que duvida apenas cumpre um rito
Aos crédulos, diz: crede, pois eu creio!
Mas em silêncio fala consigo; é tudo mito.
SANTA TERESA
Meu êxtase é fogo sagrado
Me consome em dor e sabor
Me arde acre e adocicado
TOTEM E TABU
Se um Deus fez tudo que pode ser tocado
Então por que o pau não é sagrado?
Por que é profano falar siririca,
Pica, punheta, porra, boceta?
Por que os ícones da morte
São pendurados no pescoço
E os da vida... trancados na gaveta?