sexta-feira, 30 de julho de 2010

Teve um dia em 1979, que a gente andava pelo Vale do Pavão debaixo dum sol de rachar. Você usava aquele biquíni preto, o que tinha me pedido para pintar qualquer coisa nele e pintei três girassóis estranhos! Tinha aquele menino que te achava parecida com a Janis. Eu ria disso, porque toda menina que andava com a gente se parecia com ela. Naquela noite, eu deitei a cabeça no seu colo e vi um céu estrelado tão baixo que pensei que elas tivessem espetadas nos seus cabelos.

Ultimamente tenho visto muita coisa deixando rapidamente de ter utilidade e entrando em pouco tempo na galeria das coisas obsoletas. Isso não significa que se tornaram menos requisitadas ou até mesmo inativas. Um exemplo de algo que considero sem função definida, mas ainda bastante popular é o modelo clássico de romantismo, principalmente a parte passional dele, a que dispara desde graves atritos por conta da flecha preta do ciúme até fazer um cara sentar na própria dor enquanto canta um belíssimo blues do Wally e do Macalé.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

“Raramente uso na mesma frase as palavras _amor_ e _felicidade. Não faço isso apenas por descrença, mas por praticidade, por ter finalmente entendido que são palavras geralmente usadas sempre fora de contexto.”
Keiko
(A Chama Azul do Santuário)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Outro dia, durante um papo em volta duma pizza, sobre esse nosso mundo ser mesmo uma selva, pedi desculpas para alguns amigos por ter falado pregos do roteiro dum filme que eles adoraram. A coisa começou quando alguém citou a grande “lição de vida” da selva de neon e purpurina do mega blockbuster. Confesso que fui meio sem modos ao  zuar assim dum sucesso tão oscarizado, afinal, quién soy yo? Devo ter sido perdoado, porque ao mostrar a eles um trecho de The Jungle Book (1967) achei que fui melhor compreendido ao comentar que na minha opinião (e somente na minha) há muito mais “lição prática para vida” naquele pedacinho da selva de acetato do Mogli.