Ontem teve feijoada na casa da Maria Marta. Ê beleza! Beleza porque ela é o Mauro moram numa chácara em Matias Barbosa que deveria apropriadamente se chamar “Chácara do Céu”, onde mesmo com calor insano desse fevereiro de Hades, tava alguns graus bem mais suportáveis que no Rio de Janeiro. A segunda beleza é que mesmo sendo uma ruiva azeda, miúda de magrela, existe dentro da Marta uma tiazona Anastácia louca por fazer comida gostosa. Foi então que tudo que saiu da afrocozinha dela estava na medida da primazia dos mais nobres e exigentes orixás. Finalmente, o último beleza é que me libertei, pelo menos por algumas horas da sensação de estar pecando cada vez que colocava um torresminho crocante, com outras sutilizas bem temperadas da carne suína na boca, adocicadas levemente com pequenas porções devidamente fracionadas de uma caipirinha feita com a pinga artesanal mais cheirosa da região de Minduri. Isso sem mencionar a couve manteiga cultivada organicamente na horta da Marta, picada por ela, com maestria, cozida em azeite virgem e lógico, na farofa feita certamente com intenção de fazer-nos cair em tentação. Como a vida é bela, mas também é sacana, porque a gente nunca sabe o dia e nem a hora que vai morrer, deveríamos pelo menos uma vez na vida, enquanto ainda estamos vivos, nos render a algum culto gastronômico profano, e ontem na casa da Maria Marta, foi o dia do meu FODA-SE cerimonial, assim mesmo, com tudo maiúsculo, um foda-se determinado aos níveis um pouco elevados de tudo aquilo que o meu medico diz que vai me matar se eu não evitar todas as coisas que dão um prazer filha da puta de maravilhoso a essa vida que se a gente for mesmo parar pra pensar é muito, mas muuuuuito breve.
Hoje tive saudades
Há 8 meses