O marco divisório. O momento exato do disparo que administra uma mudança que nunca cessa. A distância percorrida até um improvável lugar onde a linha bifurca detonndo a sequência de eventos que dará prosseguimento a transformação.
É ilusório achar que há um jeito de controlar ou deter o curso disso em proveito próprio. A vida é uma entidade amorfa, autônoma, mutante e muito mais resistente do que a gente imagina. Ela adora contrariar teóricos, mostrar que não depende da vontade humana e de uma moral criacionista para ser salva. Na maioria das vezes, na tentativa de querer alinhar uma ponta como solução, não se nota o desalinho que provoca em outra ponta que se encontra fora do campo de visão.
Para perceber o quanto a existência gira numa espiral sem começo, meio ou fim, é necessário se afastar um pouco da visão cartesiana que usamos como orientação e aceitar que os elementos que dão formas distintas a tudo que surge no periférico da vida, se fossem misturados ou invertidos aleatoriamente, ainda assim poderiam ser usados para contar uma nova versão da mesma história.
Marielle: O seu silêncio é a nossa voz!
Há 6 anos