quinta-feira, 10 de março de 2011

Quase ninguém percebe que tudo começa quando algo por dentro se torna demasiadamente importante até surgir um desejo intenso de querer compartilhá-lo. Esse desejo cresce com ilusão de que se encontrará alguém perfeitamente ajustado que tenha a capacidade de sentir na mesma medida essa importância. É dessa brutal expectativa que surgem também o proselitismo, as confrarias, credos, seitas, congregações, teorias tolas de supremacia, segregados e as paixões. O que segue a partir disso é o velho hábito de fazer promessas de união pactuadas através de juramentos ou rituais de posse.
Assim, enquanto uns tentam fazer do mundo inteiro, um só lugar, outros, buscam fazer de dois, o mundo inteiro. O que não sabem é que nem todos são capazes de viver das promessas que fazem. Seria bem melhor que não prometessem nada, pois nesse caso, o prometer se torna apenas um jeito de tentarem enganar a si mesmos.



''Esta noite, a maioria das pessoas chegará em casa depois do trabalho e encontrará cães pulando e crianças gritando. As esposas perguntarão como foi o dia e já tarde da noite, adormecerão.
Nesta hora, algumas estrelas sairão de seus esconderijos diurnos e uma delas, a mais brilhante, será a ponta da minha asa voando acima de todos."

Ryan Bingham (Up In The Air, 2009)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Não se sentir mais obrigado a adotar o velho padrão de comportamento relacionado às questões de gênero, pode ser uma coisa bacana, talvez, melhor ainda se virasse algum dia, realidade na educação de meninos e meninas, quem sabe até acabando de uma vez por todas com a pobre visão infeliz de que elas são de Vênus e eles de Marte.
Imagino se isso não seria um fator positivo nas relações futuras de um menino, que quando adulto, não sentisse mais necessidade de pensar ou agir como se vivesse num comercial de cerveja ou na capa da Men´s Health. Que em vez de dividir sua percepção entre “coisas de homem” e “coisas de mulher”, procurasse se aproximar do outro não apenas pelo gênero, mas pela pessoa e as singularidades dela. Que no campo dos afetos, pudesse ir além dos limites anatômicos, podendo escolher conviver livremente muito mais que com um corpo, com um homem ou uma mulher, mas com um indivíduo.



A UNESCO instituiu em 1999, o Dia Internacional do Homem, confusamente comemorado no mês de julho em alguns lugares e novembro em outros. Mas isso pouco importa, pois quem sabe, num futuro breve, tais datas sejam abolidas junto com o “8 de março” e no lugar delas se introduza o Dia Internacional das Pessoas.