quinta-feira, 8 de julho de 2010

Zeca Jagger. Era com esse pseudônimo que ele, nos anos 70, assinava a coluna numa revista de comportamento que ajudou a me criar na adolescência. Juro que não to falando disso pra dar uma lambidinha na saudade, mas porque me lembrei duma fase meio esquizo na minha antiga vida de All Star laranja e Levi´s bordô. Eu adorava Dance Music, mas tinha medo que minha galera, que só curtia Hard Rock, soubesse. Numa escola classe-média, confessar ser amante de música de preto naqueles dias era o mesmo que implorar pra ser "bullingnado". Sempre tem os que morrem de medo de parecer, aos outros, mais pretos do que de fato são. Saca o enrustimento? Imagine vestir uma camiseta com estampa do Black Sabbath e por dentro, estar doido pra sair cantando_“Aaahh Freak out! Le Freak, C'est Chic”?
Passam-se os séculos e a necessidade de mostrar para os outros (sempre os outros) que se é assim e não assado, não passa! Mas um dia acaba, como disse Cazuza, que zerou a necessidade dele bem mais cedo do que o Zeca, seu velho parceiro de roleta-russa.