quinta-feira, 10 de junho de 2010

Há anos que não durmo esperando que cheguem. Passo as noites acordado nessa fortaleza de solidão, postado numa cidadela. Não sinto mais nada que me faça reclamar do desconforto de estar de pé aqui ao relento. Já não sinto frio, nem calor, nem neve ou chuva. Passo dias e noites em vigília, esperando-os chegar. Até que finalmente, hoje na alvorada vi seus navios de guerra alinhados, infeccionando o horizonte. Vieram para uma guerra que não haverá porque os que juraram morrer comigo, fugiram em desespero diante da pesada punição reservada aos que nunca se sujeitam às ameaças das divindades. Mesmo sabendo que por estar sozinho a resistência durará muito pouco, seguro forte o cabo da lâmina, dessa vez, não para defender minha torre, pois é certo que queimarei com ela, mas para lutar à exaustão até aquecer meu sangue. Quero que este ao ser derramado num solo sem honra exale a certeza de que não me rendo à fúria de deuses ou ao código de bandeiras. Minha alma que não possui valor cerimonial de sacrifício, será usada como mero combustível para o fogo que irá me consumir até aos ossos, me apagando de vez desse ciclo interminável de buscas por tudo em troca de nada, me dando enfim, o sossego e paz que nunca pude ter quando em vida!

3 comentários:

Thaissa Costa disse...

twittei uma frase desse texto. @thaissa10

GIL ROSZA disse...

sempre fique a vontade querida! =)

MN disse...
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