domingo, 27 de junho de 2010

Palavras possuem dois estágios assustadores. Um é quando verbais, quando simulam uma constância e veracidade que não têm. O outro é quando escritas, estágio em que podem ser facilmente vestidas com encantamentos, nos levando a crer que por existirem na forma de um registro à tinta, são incapazes de mudar e nos fazer sofrer.

4 comentários:

Leilimar disse...

Seu texto me reportou a algo que li e gostei muito.Realmente as palavras exercem um tremendo poder, sempre. As não ditas então são as mais poderosas...
"Palavras Escritas...duras, eternas, elas se fixarão no corpo como uma tatuagem feita de pigmentos indissolúveis e irredutíveis onde as marcas restarão após ter cessado todas as possibilidades."

GIL ROSZA disse...

Palavras não são más
Palavras não são quentes
Palavras são iguais
Sendo diferentes
Palavras não são frias
Palavras não são boas
Os números pra os dias
E os nomes pra as pessoas
Palavra eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se usem
em caso de emergência
Dizer o que se sente
Cumprir uma sentença
Palavras que se diz
Se diz e não se pensa
Palavras não têm cor
Palavras não têm culpa
Palavras de amor
Pra pedir desculpas
Palavras doentias
Páginas rasgadas
Palavras não se curam
Certas ou erradas
Palavras são sombras
As sombras viram jogos
Palavras pra brincar
Brinquedos quebram logo
Palavras pra esquecer
Versos que repito
Palavras pra dizer
De novo o que foi dito
Todas as folhas em branco
Todos os livros fechados
Tudo com todas as letras
Nada de novo debaixo do sol

(Marcelo Fromer / Sérgio Britto)

Camilla Dias Domingues disse...

"palavras apenas apenas, palavras pequenas, palavras... momentos"

Salve Cássia Eller poestiza tb.

Nina Souza disse...

Nos enganam direitiinho... nos levam a crer que não nos afetam, mas podem fazer uma verdadeira revolução por dentro!

Que bom que você deixou seu blog no link, outro dia tentei achar mas não consegui! :)

Obrigada pelas visitas, gostei muito do teu espaço também! Já linkei nos meus vips e na lista de blogs.

abraço!