quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Passava já da meia-noite quando bateu a descompensada. Foi relativamente rápida, mas havia um “led” aceso nela, uma incômoda memória ativada. Quis dar um nome menos formal àquilo, sem torná-la intima demais ou até mesmo de estimação. Primeiro tentei “sofrimento”, mas não era tão enorme assim. Experimentei em seguida “falta de paz” e senti que isso não a definia com honestidade, pois ainda que não seja muito, há aqui dentro uma dose racionada disso como parte do suprimento. Imaginei que “dor” seria uma boa palavra para resolver de vez o problema, mas esta também não coube, pois se houve dor um dia, certamente já havia cessado. Por fim desisti depois de chegar à conclusão que não encontraria uma palavra para descrever o breve mal estar sentido. Optei por me render ao silêncio, especificamente nesse caso, uma absoluta ausência de qualquer reverberação de pensamento, o que me possibilitou a partir daquele momento adormecer e chegar à manhã seguinte, sem nenhum resíduo do que me acontecera horas antes.


“Representar é uma boa saída, mesmo quando isso não ajuda muito.”

2 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...

a representação pode virar um finge-mente danado...

o silêncio as vezes, ou quase sempre é a melor forma de resolução para esses sentimentos misturados...

Camilla Dias Domingues disse...

curto bastante REM.