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Alguém se torna “bonzinho” quando não consegue perceber a diferença entre ser babaca de carteirinha, naif, e tentar ser bom cidadão, legal, razoável, honesto, correto e do bem. Ser “bonzinho”, no geral, é ser crédulo, ingênuo, passar atestado, é estar alegremente disponível quando alguém precisa de um otário pra servir de bucha, para dar a vida de graça numa roubada em que todos estão espertamente ganhando alguma coisa, é não sacar quando um egoísta o usa como brinquedo emocional para matar o tédio, se saciar temporariamente de alguma forma, antes de descartá-lo, demiti-lo, substituí-lo sem o mínimo sinal de consideração. É quando se vira um Cristo preto risonho que da primeira fila, solicito e bem disposto, se oferece gratuitamente como dócil montaria. E assim fica o “bonzinho”, tomando a seco, sem vaselina, enquanto espera uma vaga celeste, uma passagem para o nirvana. Assim vai a boa moça e o bom rapaz, como um Agnus Dei que crê piamente que há mesmo neste mundo, um bom lugar para “bonzinhos”.
3 comentários:
eu não sou meiga, nem boazinha e nem fotogênica... rs... sou justa e existe grande diferença nisso. Essa coisa romantizada do bom/bem e a emdiabrada do mau/mal estão fora de moda, demodê... construção do homem para homem com fins para a dominação.
ah sim! pra quem sabe subjetivar é moleza não embarcar, mas no geral, o conceito é bastante reciclável, tem sido assim, desde a bíblia até janete clair. o maniqueísmo sempre foi de fácil digestão!
avatar é uma prova (recente) de que o maniqueísmo é bem aceito e ainda por cima, vende bilhoes.
Hum. Eu não vi o bonzinho nesse post no esquema maniqueísta de ser, mas no “eu acredito na humanidade” e nesse caso, tem mais é que se fuder mesmo! Kkkkkkk...
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