quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quer se perceba ou não, chega uma hora que começamos a ficar mesmo repetitivos e em diversas situações como relações amorosas, profissionais, no que se faz ou no que se diz, há sempre o risco de ficar orbitando em torno daquilo que cultuamos como valores, temores, certezas ou esperanças. Por mais que não se queira cair na esteira da repetição e por mais que se tente inovar a cada segundo, parece não haver jeito, uma coisa ou outra começa a se tornar recorrente demais. Não que isso seja necessariamente ruim, se não for algo obsessivo. A escritora Elisa Lucinda tem até um monologo falando sobre de tentar olhar a temida rotina sob uma nova perspectiva, que é uma ideia defendida por muitos. Lógico, é preciso aceitar também que nem todo mundo deseja isso. Ao passo que alguns para minimizar o cansaço de ficarem ligados numa busca sem fim por alguma coisa nova, reduzem o tamanho do seu universo e passam a se repetir sem culpa, outros sentem necessidade de viverem periodicamente em função dessa procura por algo que ainda não descobriram o que é. Acredita-se que pessoas assim costumam se entediar com facilidade com suas conquistas e aquisições, tornando-se com a mesma facilidade, angustiadas e insatisfeitas.



Difícil dizer se essa busca constante supre ou não cada indivíduo. Pode ser que seja apenas um jeito encontrado para se conseguir viver com o fato de que no fundo, nada é totalmente novo e ainda que seja, é possível que não mude muita coisa naquilo que precisamos para nos sentir supridos. Mesmo para os que conseguem se tornar centenários ainda ativos, sabemos que uma boa parte do conteúdo desse tempo de vida foi gasto somente com repetições, mesmo quando o rótulo sugeria aqui ou ali alguma novidade.

3 comentários:

Giovana disse...

Sabe que às vezes me sinto culpada por não querer absorver a rotina? Não gosto de fazer a mesma coisa sempre, nem de ter a mesma agenda todos os dias. Deveria ser grata por estar viva - e sou! -, mas ainda busco, freneticamente, mudanças permanentes que me mobilizem, me tragam desafios, novidades, motivação extra. Seria isso errado? Deveria apenas ser grata por ter sobrevivido a um câncer e aceitar a vida assim como ela é ou está? rsrssrs Tenho muuuito tempo ainda de terapia pela frente, né? Beijão!

natalia disse...

É praticamente inevitável.

CAROLINA BERNARDES disse...

Algumas repetições nos abrem as portas de ambientes sagrados... os mantras... as preces... um simples saquinho voando ao vento... Li seu texto, mas depois com o vídeo, me esqueci completamente de suas palavras. Somente o ir e vir, ao vento, como as ondas do mar. Será que precisamos nos preocupar tanto?
Obrigada por esse relax! rsrs