domingo, 6 de fevereiro de 2011

Foto: Bill K.




































Há muitos anos, fui xamã numa antiga confraria hermética que se apega demais às próprias certezas e refuta a dos outros como não sendo verdadeiras. Aplicando-se a isso uma boa dose de relativismo, não creio que esse fato faça deles, piores ou melhores do que muitos dos que também se convencem de que o “bem” e o “mal” podem ser personificados e representados por figuras mitológicas antropocêntricas ou por um código escrito que se crê que possua todas as respostas para as angústias e ao mais doloroso dos temores humanos. Contudo, deixei de ser xamã por sentir que minha visão já não cabia mais nesse modo de enxergar as coisas e mesmo que hoje eu me sinta muito mais satisfeito como desgarrado, caminhando em frente e tendo apenas minha própria sombra como seguindor, mesmo que já não faça mais parte de nenhuma casta, clã ou horda, acho importante e bastante compreensível que muitos sintam profunda necessidade de se orientar por algum tipo referência positiva para organizar e catalogar as abstrações de uma mente potencialmente curiosa e criativa.


4 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...

eu por exemplo, tenho necessidade de crer em algo e isso me tranquiliza... existiu um filosofo que falava que o ser humano precisa depositar sua expectativa no abstrato, já que não é perfeito idealiza um ser supremo, perfeito e começa a adorá-lo tentando ser no mínimo a sombra do que adorado... é bem por aí mesmo e essa minha nova fase me faz muito bem, me deixa mais pensante e criativa quanto ao meu futuro e das pessoas que me cercam...

beijos mon chér.

GIL ROSZA disse...

É isso... Acho bacana quando se sabe bem daquilo que se precisa pra viver bem consigo mesmo. Às vezes fica-se preocupado demais em saber o que os outros pensam sobre você e se uma decisão é certa ou errada que esquece que poder escolher em paz o que se quer, é o que realmente importa.
bjs.

Unknown disse...

Sim! Vc é uma das poucas pessoas q eu conheço q sabem se relacionar respeitando a todos e ao mesmo tempo consegue seguir essa sua trilha "solitária" e “desgarrada”.

Giovana disse...

Caraca! Que delícia ler um texto bom e bem escrito. Fico sem saber o que dizer... Ui!