quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Parece que foi coisa pensada, que houve premeditação, mas juro que não. Até então, nunca havia me tocado ser possível viver à parte dessa teatralização de coisas desimportantes, mas vividas com tamanha intensidade que pareciam urgentes. É que ainda acreditava estar sob certas obrigações para comigo e agarrava a necessidade de me fornecer provas de um sentimento que já não me cabia mais enquanto seguia carregando o fardo de achar que um dia tudo aquilo poderia acordar, quando na verdade já estava em adiantado estado de decomposição.



Livre do luto, tudo levita. Até a luta fica mais leve.

3 comentários:

CAROLINA BERNARDES disse...

Talvez nos apeguemos às coisas desimportantes para dar sobrevida ao morto. Aos pequenos detalhes como se a vida ali ainda estivesse...
Adorei a aliteração da frase final:
"Livre do luto, tudo levita. Até a luta fica mais leve."
Fico imaginando o que é que foi enterrado...
Beijos

MN disse...

Fico imaginando o que é que foi enterrado... [2]

Unknown disse...

eu já acho q não foi enterrado não. foi se decompondo à céu aberto.