segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

É tentador ver a lua avermelhada agindo como fetiche sobre a velha estrada deserta. No entanto, naquele momento a urgência era estar em casa antes do sono. A música que durante todo trajeto rolava entre o play e repeat, dizia várias vezes que tudo ia ficar bem, mas era só uma canção feita para embalar uma época antiga onde “ficar tudo bem” era um conhecido mantra ingenuamente possível.
Quando se desloca assim tão rápido, basta um milésimo de segundo, para tudo o que se pensa ser, deixe de ser. Cada fragmento de tempo usado para atravessar uma rota de risco sem interrompê-la prematuramente, depende do dialogo que se tem com a sorte e com o acaso, saber deles sobre a possibilidade de te deixarem chegar, deitar na velha bicama e adormecer por algumas poucas horas, antes do sol aparecer para acordar todos os vivos.

Não me iludo. Tudo agora mesmo pode estar por um segundo! (Gilberto Gil)

2 comentários:

Unknown disse...

Gil, se morrer prematuramente por vacilo, eu juro que te mato, viu?

Camilla Dias Domingues disse...

mas tudo ficou bem não ficou?