domingo, 10 de outubro de 2010

Nem sempre é possível não emputecer diante de momentos emputecedores, mas durante o processo, pode ser uma boa tentar poupar aqueles que nada tem a ver com o emputecimento. Os que orbitam decadentes corpos em delito e mentes cheias de conflitos, autossabotagens, bipolaridades e conclusões, algumas delas precipitadas, às vazes bebem sem querer um golinho do copo de cólera do transtornado. Isto acaba sendo não muito justo, pois não são eles as causas das frustrações pontiagudas que atormentam os que se emputecem.

Infelizmente, desemputecer totalmente e evitar descontar em outros uma dívida que não é deles, não é pra todos. Fazer dessa habilidade um hábito é tarefa das mais difíceis para os de baixa resistência à frustrações e perfeccionistas em geral, mas o mais curioso sobre o gatilho do emputecimento é que ele costuma ser disparado sempre na hora errada, criando situações desgastantes com as pessoas alvejadas. Quando estas não são bastante pacientes, compreensivas ou amigonas do peito, quase sempre, o resultado gera um pequeno afastamento defensivo, que pode se tornar grande e permanente dependendo da constância com que se faz uso da metralhadora cheia de mágoas.

3 comentários:

Unknown disse...

É vero. Foi por não estar mais a fim de aturar isso é que hoje, graças a Deus, falo com gosto que tô novamente solteira.

Giovana disse...

Adoro essa sensação rara de saborear um bom texto. Dá água na boca e lambo os beiços. Ui!

Camilla Dias Domingues disse...

eu emputeço e várias ezes desconto o emputecimento nos outros, um erro grave, só mesmo os mais evoluídos que eu para entender, e acho que dessa vez, o Danilo é o ser evoluido da vez... rsrs...