domingo, 17 de outubro de 2010

Em vista do que andou circulando por aí nas últimas semanas, fico pensando quantos eleitores deste país realmente sabem de fato que o Estado brasileiro é constituído por Três Poderes, sendo que o cargo eletivo de presidente corresponde à uma vaga de chefe do Poder Executivo e que este funcionário público não governa o país sozinho?A menos que se esteja vivendo num caudilhismo, não deve ser atributo dele decidir arbitrariamente a vida de homens e mulheres livres, passando por cima de direitos individuais adquiridos constitucionalmente.
Se o que estou dizendo for razoável, então pergunto_ que história é essa de alguns exigirem do candidato “X” ou “Y”, a publicação de uma carta aberta à nação, se comprometendo com as doutrinas religiosas deles ou com um jeito único de se enxergar vida e morte?




Isso também me leva a pensar como seria uma “democracia” onde, de repente, um cidadão que se declarasse publicamente ateu, evolucionista, gay, lésbica, praticante de alguma religião oriental não cristã ou de raiz africana, corresse o risco de ser enquadrado em algum artigo envolvendo contravenção?
Digo mais_ que tipo de respeito às individualidades seria, uma em que o direito de ser dono(a) do próprio corpo não estaria mais disponível como parte de uma escolha pessoal adulta e responsável, mas à mercê de uma imposição tutelada pelo Estado, baseada num único ponto de vista religioso? Que espécie de partido, político ou eleitor, que apesar de estarmos tão distante de uma Inquisição medieval ou de uma ditadura militar, de direita ou esquerda, ainda não entendeu que a defesa de um Estado laico é que é uma demonstração viva de maturidade democrática?

5 comentários:

Caderninho Roxo disse...

não que eu não ache a questão do aborto uma coisa séria, mas o que eu fico mais indignada é se prenderem tanto na questão enquanto se devria discutir mais coisas como nossa tão esperada reforma tributária ou quais os planos dos futuros governantes para nelhor a educaçã no país...acho que seria uma discussão muito mais útil do que este retrocesso de misturar política com religião!

GIL ROSZA disse...

Pessoalmente, considero o presidencialismo um sistema ultrapassado e historicamente servindo ao populismo oportunista, como o de Franco, Perón, Getúlio, Chaves e outros! Acho que o parlamentarismo e as figuras de chefe de governo e chefe de estado, coloca o poder nas mãos duma instituição e não na de partidos ou políticos. Acredito que o parlamentarismo seja um sistema menos vulnerável à corrupção tão comum nas tentadoras esferas de poder.

Camilla Dias Domingues disse...

os cidadãos brasileiros não sabem disso, ou talvez nem interesse... ilusão achar que o Lula ou qualquer outro presente fez ou deixou de fazer alguma coisa quando temos mais de cem pessoas no comando de um país. O anlfabetismo político no nosso país ultrapassa qualquer nível de entendimento.

Giovana disse...

Reproduzi no meu blog.
Beijo.

GIL ROSZA disse...

:) fique à vontade Gio...
bj.