sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Abandonar uma velha tendência para sublimar todo evento potencialmente sentimental que experimento, tem sido um exercício disciplinar tão extremo quanto os que são impostos a um monge tibetano para forçá-lo a abandonar o apego ao mundo material. Afinal, foram mais de trinta anos de Bossa Nova e MPB, idolatrando as filhas de Vênus. De passionalidade à moda de Vinícius e teledramas globais, devem ter sido mais de vinte e pasmem, talvez quarenta e tantos de uma entrega fanática ao sublime, aguardando o momento, postado diariamente no cadafalso do romantismo folhetinesco que, segundo estudos recentes, é tão nocivo quanto um Kent sem filtro. É muita PNL para desprogramar assim duma tacada só, mas estou confiante de que muito em breve estarei tão densamente petrificado que só poderei ser reconhecido como fóssil.




3 comentários:

Unknown disse...

Até te entendo, mas vê se não petrifica demais não viu?
Bjo

GIL ROSZA disse...

hummm... nao vô prometer nada nao... rsrs.

Camilla Dias Domingues disse...

Ah Gil, não faça isso com vc mesmo, não abandone a sua essência pra transformar-se em algo que te forçaram a ser, somos todos vítimas de um sistema cruel mas não se deve abandonar convicções...