quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ninguém acorda numa terça-feira comum de abril imaginando que a certa altura do dia sofrerá uma operação de auto-sabotagem, mas foi isso que aconteceu quando um grupo fortemente armado, formado pelos piores “defeitos” dele invadiu o que considerava ser um perímetro de segurança. Normalmente, isso acontece com frequência, mas somente com um ou outro “defeito” que é dominado com certa facilidade e mandado de volta à área restrita aos “defeitos”. Uma invasão conjunta, coordenada e de grande porte, porém, nunca havia acontecido e talvez por isso que naquela tarde, o primeiro a cair foi o “bom senso” que era o sentinela responsável pela segurança. Ao ser pego de surpresa sem que pudesse reagir, deixou o acesso livre para ser invadido facilmente.
Uma vez dentro do sistema, o grupo passou a procurar outros alvos. A “paciência” foi morta na sala assistindo à uma novela mexicana. O “bom-mocismo” foi alvejado no banheiro enquanto fazia a barba. A “prudência” percebeu movimentos estranhos e se escondeu no sótão. Quando descoberta, ainda tentou gritar por socorro, mas foi silenciada sem dó. A “credulidade” imaginou que fingindo de morta poderia passar despercebida, mas o truque não funcionou e ali mesmo deitada no chão foi mortalmente ferida.
Aos poucos, uma a uma, cada “qualidade” localizada, era surpreendida e exterminada sistematicamente pelo grupo de “defeitos”. Ao se reunirem na cozinha para checar a lista de vítimas, notaram que faltava uma. Rapidamente realizaram uma segunda varredura no local e logo deduziram que ela havia usado uma porta secreta para escapar. O grupo então traçou um plano de emergência, espalharam-se e saíram à caça daquela que em muitos casos costuma mesmo ser a última que morre.

2 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...

foi de propósito que vc deixou para que os leitores dessem o fim da história?

continuação da história:
dona esperança saiu furtiva, de soslaio pelo meio fio.

GIL ROSZA disse...

hahahahaha sim! =)