domingo, 2 de outubro de 2011

Adoro a ideia do encontro, seja para namorar, trocar carícias, transar ou compartilhar momentos bacanas. O problema que há séculos estraga a utilidade dos encontros não é o amor, mas o romance.
Aliás, para ser justo, não propriamente o romance, mas o modelo de relacionamento que o veste.
Devido a uma série de erros de definição, amor e romance são equivocadamente vistos como a mesma coisa, quando na verdade não são.
Para piorar, há uma imensa horda de carentes alimentados por folhetins e comédias românticas, acreditando piamente que viver um romance é a síntese do que existe de melhor na vida. É justamente nesse ponto que os envolvidos passam a ser ver como propriedade um do outro, em alguns casos, até com certificado, firma reconhecida e autenticada, tal como a gente faz quando compra um automóvel ou um imóvel.
Certamente, o tesão e encantamento nesse primeiro momento, não permite a ninguém enxergar muito bem o que significa virar propriedade de uma outra pessoa.


As passionalidades do romance: muda o figurino, a história é que não muda.

Ser tornar objeto de posse sob as bênçãos do amor, automaticamente produz uma reserva de ciúme que vai se acumulando num cantinho do fígado, local apropriado, já que o ciúme é uma bile negra, uma peçonha altamente tóxica que ao entrar na mente dos amantes é capaz de fazer o mais doce dos enamorados se transformar num agente disposto a tudo para não perder para outro, o seu objeto de afeto e caso isso aconteça, as consequências para todos podem vir a ser desastrosas, como pode ser medido pelo número de assassinatos de mulheres no Brasil, onde na totalidade dos casos, o autores são companheiros e ex-companheiros, gente como qualquer um, que atuando segundo modelo possessivo aceito, fez em épocas de paz, juras acetinadas, tirou fotos exibindo ternura, fez planos a longo prazo, deu caixa de bombom junto com coração de pelúcia, comemorou períodos de união e certamente jurou um amor que julgou que jamais terminaria.

2 comentários:

Giovana disse...

Nós ignoramos solenemente o amor. Preferimos os sentimentos mundanos.

GIL ROSZA disse...

Hahahaha... a mundana é a parte mais fácil... onde se resolve tudo com meia dúzia de palavras bonitas e promessas não cumpridas. Pessoalmente, eu curto o amor... acho que ele funciona ainda... é do romance que eu suspeito! bjão