quinta-feira, 5 de maio de 2011

Simplesmente não conseguimos mais viver sem moralizar a ordem natural que existe em volta. Fazemos isso usando conceitos subjetivos tais como “certo” e “errado” para supor que a natureza realmente necessita de algum propósito para existir. Para alguns, a única “função” da vida é manter genes pulsando. Sexo, fome, feromônios, garras, caninos, asas e polegares opositores, seriam apenas formas de garantir que eles se mantenham pulsantes.



Este curso que para todos os seres é uma regra, contradiz valores humanos criados como mera perfumaria para simplificar tudo como ações de um arquiteto antropomorfo que gerencia nossas atitudes tachando-as como “bem” ou “mal” o que também serve para disfarçar o forte odor dos nossos instintos. Essa visão reducionista da grande ópera feroz que nos cerca é apenas um resíduo do que foi imaginado há tantas eras pelos primeiros detentores de conhecimento humano, movidos certamente pelo medo e pela a impotência diante das manifestações naturais violentas que sempre presenciamos, buscavam tentar apaziguá-las com o sangue de sacrifícios em troca de proteção e boas colheitas.
Usando a mesma lógica xamã, falo da natureza como uma gigantesca divindade cega, surda e muda, que sem se dar conta, nos abalroa com o acaso, fazendo com que vida e morte (segundo nossos conceitos limitados) coexistam num sistema amoral randômico, onde uma não é o oposto da outra e sim parte de uma mesma coisa.

3 comentários:

Etienne. disse...

ah você!

Giovana disse...

Esse é o meu amigo Gil. Aprendo muito com você!

natalia disse...

Cara! To de bobeira! Não sei se fico assustada ou se começo a pensar com mais profundidade nisso. Se tivesse visto o vídeo antes de ler o seu texto, acharia meio nojento, mas usando ele como vídeo-legenda, tem tudo a ver adorei! Bjo Gde.