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Ilustração: Ray Morimura |
Dizem que na mesma época em que Sidarta Gautama estava para se tornar o Iluminado, havia no sul do país, um outro sadhu, também considerado santo, sábio e igualmente em condições de se tornar um Buda. Curiosamente, um não sabia da existência um do outro até serem convidados por um governador de província a fim de terem sua sabedoria testada, não por um experiente escriba ou um asceta, mas pela filha de 12 anos do regente. A menina se aproximou dos dois e colocou um pequeno cágado nas mãos de cada um deles, em seguida perguntou ao primeiro:
_ O que acontecerá se você o soltar?
_ Ele cairá. Afirmou o sadhu.
_ Solte-o! Ordenou a menina.
Ao abrir a mão, a criatura ficou pairando no ar.
A jovem em seguida, caminhou até Sidarta e fez a mesma pergunta. Ele olhou-a fixamente nos olhos e respondeu;
_ Eu não sei!
Ao dizer isso, a criatura que pairava caiu batendo com o casco no piso do pátio. Sidarta então devolveu para a menina o pequeno animal que havia permanecido seguro o tempo todo nas mãos dele.
(A Confraria dos Faunos)
3 comentários:
De tudo que li no 'Confraria', as fábulas são as que gosto mais. Mais até que os contos. Essa do Sidarta (Buda) é de uma delicadeza e significado comovente, sabia? Um beijo enorme querido!
Bjo, Nat! =)
Gil, que texto belíssimo! É do seu livro? Que maravilha, vc precisa publicá-lo imediatamente! Amo narrativas simbólicas... e você ainda tematizou a doutrina de Buda. Parabéns, parabéns, parabéns! E eu que achava que sabia escrever... hehe
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