terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Até hoje, não tinha parado para medir a distância percorrida. Aqui tudo é muito vasto! Todo esse tempo olhei unicamente para frente, mantive os pensamentos cravados na rota. Depois de milhares de quilômetros em linha reta, tudo o que era familiar começou a mudar de tonalidade até assumir de vez a ausência de cores comum ao esquecimento. Nesse momento a sensação é de ser totalmente estrangeiro, um mouro rumo ao norte, muito além das terras de Espanha, muito além de todos os motivos que poderiam me fazer sentir saudade. Estou tão longe que somente agora é que me permito olhar para trás, sentar por um pouco no chão do salar e observar os raros contornos tremulantes da linha ilusória que costumamos chamar de horizonte. Não quero trégua, nunca quis. Quero apenas seguir.



Um comentário:

Unknown disse...

Pensei que tivesse a ver com as nossas pedaladas de quinta, mas to vendo que sua viagem é mais distante, rsrsrs.