sábado, 13 de novembro de 2010

Numa madrugada destas, revirando tumbas, encontrei uns arquivos mofados, postados tempos atrás num blog já extinto. Fiquei comparando coisas que acreditava com coisas que creio atualmente e foi engraçado notar que uma das crenças que hoje considero morta e enterrada é a que chamava de “teoria das afinidades”. Isto na prática é quando alguém está completamente convencido de que gostos pessoais sobre músicas, artes, cinema, literatura, religião, preferências sexuais, pontos-de-vista filosóficos e outros, são razões suficientes para entrar numa relação romântica com alguém, passando assim, para uma fase ainda mais crítica; a da promessa de compartilhamento de vidas. O problema desta fantasia ingênua é que ela incentiva a imersão num vínculo irreal de confiança, que pode com o tempo, fazer cair numa outra cilada perigosa, a da dependência emocional, geralmente mais destrutiva que o abuso de certas substâncias.
Contudo, a pior parte desta previsível ópera bufa, é que em certa altura da vida, quase todo mundo fica louco para sair por aí como um zumbi infectado mendigando afeto de perfil em perfil, com uma disposição incrível para aceitar coisas inaceitáveis, desde que estas signifiquem achar alguém para não se sentir solitário na existência, como se isso fosse mesmo a solução para as angústias do sentir-se só, ainda que não se esteja.
É um estágio tão sublimado, apesar de bizarro, que simplesmente inibe os “receptores” de autorrecompensa impedindo de perceber que o que se precisa realmente para lidar com a universal sensação de solidão que assola a todos do berço ao túmulo, é amar primeiro a si próprio, permitir que se desenvolva dentro do ser, a deliciosa habilidade de autogratificar-se.

5 comentários:

MN disse...

Bom.

Unknown disse...

É, eu to aprendendo com um certo gato preto de bruxa o gosto pela auto-gratificação. Ficar por aí que nem zumbi é meio chato, rsrsr
Falando nisso, vi o primeiro episódio do The Walking Dead. Deu medo ta? :(

Thaissa Costa disse...

Às vezes me questiono se é possível amar outra pessoa se ainda não conseguimos aprender a amarmos a nós mesmos, mas a grande questão é...quando aprendemos a nos amar conseguimos amar uma outra pessoa???

Obs.: Amore, como vc consegue postar vídeos do youtube?
beijooo

GIL ROSZA disse...

thatá, piu bella mia, acabei de te mandar agora 1 email, explicando passo a passo, cumé q se faz isso!
bju.

Camilla Dias Domingues disse...

eu sou prova de que isso não existe, eu e Danilo somos o oposto um do outro, tanto que no começo do relacionamento nos demos conta de que éramos muito diferentes: ele gosta de praia eu odeio areia, ele é vegetariano eu adoro carne com gordura, ele adora esportes eu sou sedentária... lógico que com o passar dos dias vamos nos adaptando um ao outro, tanto que agora á como coisas mais saudáveis, tenho o pensamento de comprar uma bicicleta, quanto a ele algumas coisas tb foram mudadas, é uma troca e estamos felizes com isso, gostos incomuns temos pela música reggae, pela vontade de tranformar o mundo dando a nossa contribuição e nos gostamos...


PS: vixi a Thaíssa tb é igual eu era... mas o professor Gil está aí pra te ajudar como me ajudou! kkkkkk...