domingo, 29 de agosto de 2010

Não importa o quanto se persiga compulsivamente um objeto muito desejado, é importante que ele seja uma quimera! É imprescindível que exista nele algo impossível de ser concluído. A alma humana não pode ser satisfeita por conquistas, ela simplesmente adoece quando isto acontece. Toda vez que alguém pensa estar suprido depois de conquistar o desejado, é apenas uma questão de tempo até que uma inquietude saída das profundezes do desassossego que há em nosso núcleo, acabe com esse estado artificial de paz que é a sensação de felicidade produzida por uma conquista. Somos sensíveis demais ao enfado, ao enjôo, ao tédio, ao “passamento” daquilo que juramos que iríamos curtir para sempre.
É a busca incessante por algo que não temos porque ainda não o sabemos que nos mantém vivos até que a morte nos ceife num jogo de dados. Enquanto isso não acontece é fundamental que se tenha na vida uma grande ilusão, quanto maior melhor! Uma utopia de estimação necessária para que se acorde todos os dias desejando viver ou morrer por ela.

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