Às vezes é preciso forçar mesmo um jeito de tirar das costas um pouco do peso de tudo. Fiz isso no domingo passado ao estar com um grupo de amigos visitando o Parque Nacional do Itatiaia. A ideia era por algumas horas, largar de lado as coisas que naquele momento não poderiam ser resolvidas, então fiz desse tempo ali um caminho para uma fuga branda, limpa, apesar deste ser um dos outonos mais difíceis que já tive. Confesso que fiquei surpreso quando me peguei rindo a beça, numa espontaneidade que não sabia que ainda residia em mim. Dei gargalhadas com piadas bobas e lembranças de situações embaraçosas que apenas hoje parecem engraçadas. Com isso, passou manhã e veio tardinha, veio uma longa caminhada morro acima ouvindo um rugido gelado de cachoeira, veio pássaros que nunca vi, um pouco de monotonia, cansaço, mas em paz, sono e no final, veio uma vontade incontrolável de tomar sorvete em Penedo. Na volta, já dentro da noite, liguei o som numa rádio que gosto, mas que passei alguns anos sem ouvi-la. Enquanto os outros ainda conversavam, fiquei propositalmente mudo durante todo o trajeto ouvindo flashbacks. Dentro da minha cabeça, num espaço onde até sábado estava cheio de preocupações insolúveis, Ray Charles, Bee Gees, Donna Summer, Bread, Carpenters e muitos outros, se revezavam na tarefa messiânica de finalizarem meu domingo, como um dia de curas e outros pequenos milagres.
Marielle: O seu silêncio é a nossa voz!
Há 6 anos
4 comentários:
asè, nada como Osun para limpar os desabores da alma... muito bom!
que rádio era essa: Alfa? Eldorado? USP? Antena 1? kkkkk... adoro!
=) eu tava precisando desse banho!
é uma radio do interior...
Hummm como adoro o Parque Nacional. É sempre uma limpeza da alma. nada melhor a fazer nos monótonos dias de domingo.
Só música boa! Não tem como não curar! srsrsrs
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