sexta-feira, 20 de novembro de 2009

[fado vermelho] Certos meninos precisam urgentemente de salvação. Uma que os libertem de um encantamento muito antigo. Eles nunca sabem de nada, apenas que há uma dobra oculta numa fresta de blusa, a ponta de uma rocha de carbono e mais abaixo, uma meia elipse que desce até tocar o debrum nas portões dum local secreto de adoração. São cativos sem estarem à ferros, mas não menos ávidos por se tornarem escravos duma senhora em pêlos. É quando a braguilha ferve, umedecendo certas àreas internas deixando-as como quando em febre alta. Olhares perdidos dentro das órbitas, acreditando serem os novos filhos de Zeus, quando na verdade não passam de uma matilha de vira-latas alegres ladrando a cada noite de lua cheia.
Ao contrário deles, elas sabem de tudo, mas jamais confessam! Fingem ser normal o elástico marcando a pele eriçada. Sabem que alguns deles não tem controle algum diante do que existe debaixo das camadas de restrições protegidas por meias e anáguas. Sabem o quanto isso representa para eles, um matadouro, um fado avermelhado de onde não há nenhuma possibilidade de se escapar. Não há forças para recusar tanto apelo fingindo não ser apelo, nem para evitar o estrangulamento passivo da boa morte em expiação, a procissão voluntária em direção ao sacrifício. Simplesmente não existe lei que remova isso deles, portanto, não há menino que não necessite de salvação.

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